Conhecido como o filósofo do nada, o romeno Emil Cioran produziu uma obra carregada de fina ironia e tiradas polêmicas.
Muitas são as tentativas de definir o pensamento estilhaçado,iconoclástico e desconcertante de Cioran.Rei dos pessimistas,o niilista por excelência do século XX,um Nietzsche contemporâneo,um cético a serviço de uma civilização em declínio,teórico do suicídio,especialista do problema da morte,um místico herético frustrado com o absoluto,cínico.O texto de Cioran parece imune a todas essas designações,em função,sobretudo,de sua aristocrática ironia.Ele deixou de acreditar nas palavras,embora tenha escrito muito.Quanto aos livros,considerava-os inúteis e não concebia razão alguma para multiplicá-los.Entendia a escrita como uma terapia,como um meio para desintoxicar das reflexões que fermentavam em seu crânio.(Fragmento do texto de Paulo Jonas de Lima Piva,extraido da Revista Discutindo Filosofia,ano 1-Nº 2)